Enquanto a escuridão cerca aquilo que pode um dia ser
considerado bom, enquanto tudo aquilo que um dia foi sentido e foi provado,
guardado, é tomado por uma crosta estranha na qual não conseguimos definir o
que ser, o que sentir, para onde ir.
Pairando pelas
ruas como a folha seca que desponta de uma arvore, sem rumo sem direção, mas
sempre caminhando até o momento em que encontramos algum ponto onde repousar.
Aquele momento
que as polaridades são trocadas, que tudo que um dia foi bom se torna mal, tudo
aquilo que foi felicidade pode virar tristeza.
Em algum
momento essa mesma folha seca e ira simplesmente deixar de existir, seus restos
vagarão pelo ar sem ser percebida, mesmo que ninguém saiba ela vai estar lá ou
pelo menos uma parte dela,
O ciclo da
vida, esse nunca deixa de correr por mais que doa ver se passando os dias e a
dor acaba ficando mais forte, uma ferida que demora para cicatrizar, um machucado
que não cansa de sangrar.
Porém o tempo
de toda a forma vai curar o machucado que foi aberto, a ferida que foi cutucada
com a faca da desolação e quando esse dia chegar uma nova criatura vai nascer.
A dor vai se
tornar algo do passado, um sentimento vazio e sem importância, um incomodo tolerável,
a superação vem para todos nós.
Esse ser que
hoje caminha na escuridão, vazio e sozinho vai despertar para a luz, vai
encontrar uma nova estrada para caminhar, a luz um dia chegara, eu sei que vai.
É quando todas as sensações são manipuladas
pela vida, pelo tempo, pela angustia, o desespero de sentir uma suave mão te
puxando de volta da escuridão, a crença que tudo vai melhorar dali em diante,
que um dia a felicidade pode bater na porta novamente.
A queda nos
machuca, nos destrói por dentro e além de tudo deixa a maldita dor intocável,
mas acreditamos que a luz será mais forte, que com o seu calor sane tudo aquilo
que foi perdido em meio a queda, que traga a felicidade de volta, sejamos
felizes afinal.
Leonardo Paulino
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