quinta-feira, 24 de março de 2016

A misteriosa Ordem das Sombras Parte 2



Olá pessoal, finalmente depois de um bom tempo eu trago para vocês a segunda parte dessa minha nova historia, peço desculpas pelo atraso mas ultimamente as coisas andam bem corridas para mim, mas em fim espero que gostem, não esqueçam de deixar suas sugestões e criticas isso me ajuda bastante.

Caso não tenham visto vocês podem ler a primeira parte clicando no link abaixo.
Boa leitura a todos e até a próxima.


Vocês também podem baixar essa segunda parte em PDF



Capitulo 4

Evidencias

    Todos estavam atônitos no velho apartamento, Robert não conseguia entender porque seu amigo havia dito que o velho David havia sido assassinato, apesar dos peritos não terem investigado a fundo o cenário em si o corpo do velho havia passado por uma verificação onde não havia sido encontrado nenhum tipo de marca ou ferimento, qualquer coisa que pudesse sustentar a argumentação de Adrian:
    - Não acharia isso provável meu amigo o apartamento estava completamente fechado sem nenhum sinal de arrombamento e por sinal mesmo que tivessem a chave haveria algum sinal de luta corporal que deixaria marcas na vítima e o apartamento também está intacto – rebatia Robert
    - Não é o que parece amigo temos algumas fortes evidencias e ainda sinto que mais alguém esteve aqui antes da gente depois da morte dele – O detetive se dirigia até uma parede onde havia um grande quadro, seu desenho nada mais era do que um lindo campo verde cercado por um pequeno lago, ele olha para Samantha e faz um gesto como se indicasse que ali era o locar:
    - Isso ai mesmo – confirma ela.
    Adrian tira seu chapéu e começa a dar paços lentos enquanto vislumbra todo o apartamento.


Foco


    O apartamento encontrasse bem empoeirado e isso ajuda bastante para provar os fatos, primeiro de tudo podemos ver algumas marcas no chão que são equivalentes aos paços dos seus rapazes, porem perto da prateleira de livros tem uma marca estranha, veem essa é de um pequeno círculo posso chutar que seja um salto, uma assistente?
    Pouco provável já que para David ter saído de seu centro de pesquisa dificilmente ele iria querer alguém aqui, contudo se formos a mesa podemos reparar que a caneta esta sobreposta de uma maneira não muito comum e sua ponta está com a tinta fresca o que nos faz pensar que ele escreveu algo a pouco tempo, talvez quando começou a se sentir mal, agora voltamos aqui depois, na prateleira reparem que em uma serie de livro essa fileira se encontra com livros mais afastados que os outros, retirando o livro que está com o vão maior entre o outro, estão vendo, passa o dedo no vão, não tem quase nenhum resquício de pó aqui, como se o apartamento em si está precisando de uma boa faxina?
    Voltando a mesa podemos ver também que os livros postos tem títulos referentes a um único autor, esses mesmo que se encontram na fileira de cima a que eu citei, e o que torna tudo mais intrigante é o fato de os autores serem organizados por fileiras isso prova que quem matou o doutor queria algo em especifico, abrindo os livros um pedaço de papel é encontrado, aqui está, creio que seja alguma mensagem dele quando viu que se acercava sua morte, o copo na mesa indica que ele estava bebendo algo antes de passar mal, quem fez isso cometeu um erro grave agora sabemos porque não a marcas no corpo dele, ele foi envenenado, pegando o copo, ao jugar isso nunca poderá ser provado em uma autopsia, então temos aqui o caso de alguém que envenenou o doutor, e após a sua morte entrou no apartamento e levou um livro ou ele entregou para alguém de confiança, de todas as formas uma mulher.



Fim de foco


    Como saindo de um transe o detetive observa os peritos que não parecem acreditar muito nas palavras de Adrian:
    - Passamos por muita coisa cara, e você sabe que isso é perfeitamente possível.
    O policial o encarava e acena com a cabeça positivamente, então estavam lidando com algum tipo de profissional, um assassino de aluguel ou coisa do tipo da indústria cinematográfica, sabia que tinha feito bem em chamar seu amigo apesar da suspeita ele sabia que com o veredito de Adrian ele ganharia muito mais confiança em apresenta sua tese:
    - Então Samantha o que olha tanto para o quadro – pergunta o policial.
    - Não é o quadro mas o que está atrás dele – a jovem caminha vagarosamente em direção ao quadro, chegando próximo ela passa as mãos na parede gelada do recinto – poderiam tira-lo para mim? – Os peritos se olham Robert confirma.
    Ao tirar o quadro todos ficam surpreendidos, um símbolo estranho na parede toma forma.




    Todos olham para a jovem de olhos verdes em busca de entender o aquilo poderia ser, frustrados com toda certeza por verem como uma garota de dezesseis anos conseguira ver algo que até então não haviam reparado.
Samantha passa o dedo sobre o desenho:
    - É recente, seria o doutor que pediu para colocarem isso aqui? – ela olha para o detetive.
    - Esse símbolo é chamado de Chir Rho, é uma das maneiras de representar a crucificação de Jesus Cristo a devoção que tem por ele, esse cristograma é usado antes mesmo da cruz sagrada, ele serve para dar proteção contra o mal de qualquer forma, uma espécie de selo podemos dizer ou amuleto.
    O detetive sorri, a garota realmente era muito boa com esse tipo de coisas até mesmo mais do que ele próprio, não é à toa que ela sabia tanto sobre qualquer tipo de coisa relacionado ao ocultismo, suas horas de intensa leitura não eram qualquer tipo de obrigação mas sim um prazer.
    - Adrian você realmente acha que ele queria se defender de espíritos ou algo assim?  -  Samantha parecia animada
    - É muito difícil ver algum tipo de medico ou pessoa voltada a ciência tendo algum tipo de crença em alguma religião isso é bem interessante, mas acredito que seja mais superstição.
    - Tem certeza?  - a garota aponta para a mão do cadáver.
Na já esbranquiçada mão direita em seu dedo indicador havia um anel de prata com o desenho da estrela de Davi, algo que poderia ser considerado normal se não fosse pelo símbolo encontrado na parede:
    - Mais um símbolo de proteção contra o mal – O detetive vai até a mesa e pega o papel que ele havia tirado do livro e o desdobra com calma ao olhar tira uma foto fecha-o rapidamente e o deixa no lugar – vamos precisar disso.
    - O que você acha Tio Rob, será que podemos finalmente estar lidando com algum tipo de força demoníaca depois de tantos anos?
    - Sinceramente espero que não pequena, odiaria ver aquilo tudo de novo agora do “lado de fora” – o policial respira fundo.
    - Eu sinto que ele deixou algo de importante ou alguma mensagem alguma coisa para alguém antes de partir – Novamente Adrian vai até a mesa – estão vendo tem resquícios de duas folhas arrancadas e só vimos uma aqui, acho que ele deixou da mesma forma que deixou aqui ele deve ter entregado para alguém.
    Robert pega uma pasta de arquivo e dela tira uma foto e a entrega nas mãos do detetive, Samantha se aproxima para ver do que se trata:
    - Essa é Lilian Karlingam, dezenove anos é a única filha de David, acreditamos que seja a pessoa que ele seja mais próximo, o problema é que desde do ocorrido não conseguimos mais contato com ela, se o que você diz fizer sentido então ela também corre perigo – Alertava o policial enquanto mostrava o retrato de uma linda jovem de olhos azuis e cabelos loiros, na foto seu sorriso se destacava em um ambiente que provavelmente se referia a uma universidade:
    - Então esse livro pode ter sido entregue a essa tal de Lilian? – pergunta Samantha ao detetive
    - Eu não sei ao certo dizer, existe sinais de mais uma folha destacada no fichário do doutor, se ela passou por aqui de qualquer forma ele deixou um aviso para a garota, precisamos encontro lá se quisermos respostas.
    Adrian tira mais uma foto, agora da prateleira de livros, apesar do detetive costumeiramente usar um bloco de notas para anotar fatos relevantes sobre o caso a jovem que adotara o convenceu com o tempo que novas tecnologias o ajudaria a deixar as coisas mais fáceis e organizadas, assim depois de muito insistir Adrian resolveu aderir e comprar um celular um pouco mais descente com alguns apetrechos:
    - Acho que temos um objetivo em comum, encontrar Lilian, apesar da cidade ser enorme eu acho que tem alguém que poderá nos ajudar nessa tarefa – o detetive guarda o celular.
    - Vou colocar meus melhores homens para investigar o caso e qualquer coisa trocamos informações, te chamei aqui amigo porque já passamos por muitas coisas juntos e sei que é o melhor nisso conto com você – Robert aperta firmemente a mão de Adrian na despedida ao sair, uma troca de olhar que confirma mais uma aliança feita entre os dois amigos de longa data.
    Saindo do velho apartamento o detetive ficava remoendo as coisas que havia visto e como aquilo poderia se encaixar de alguma forma, o porquê de um renomado doutor ter se enfiado em um buraco como aqueles e além de tudo usar diversos símbolos de proteção contra maus espíritos ou coisas do tipo, estariam novamente mexendo com um lado obscuro e maligno, seu coração teimava em lhe dizer que não mas sua mente sabia que tudo era possível.
    Agora já dentro do carro ele dá uma revisada nas fotos que tirou o papel deixado dentro do livro seria um caso à parte:
    - Samantha pesquise para mim todas as obras de Johannes Sobotta.
    - Pelo que estou vendo são quatro livros veja.
    Os dois vão comparando as obras de acordo com a foto porem todas estavam lá, fazendo isso com mais alguns autores eles veem que tudo está perfeitamente no lugar:
    - Acho que simplesmente a fileira estava com espaço sobrando – deduz a garota de olhos verdes.
    - Eu custo a acreditar nisso, foi mais alguém no apartamento talvez tivesse algo além de um livro, é incrível como a pessoa foi diretamente naquele lugar, muito suspeito para ser mais exato.
    - Podemos voltar lá e analisar melhor a o lugar.
    - Acredito que mesmo que revirássemos aquilo de cabeça para baixo acharíamos mais alguma coisa, quem fez isso com David é um profissional tivemos sorte de achar algumas coisas ainda.
    - Então para onde vamos agora Adrian?
    - Temos de achar Lilian ela deve ter alguma peça fundamental nisso tudo, vou te mandar uma foto que tirei, quero que escreva tudo o que está na foto em um papel a parte.
    - Você sempre pessimista quanto a tecnologia em – risada.
    - Acredito que uma foto de um celular nem sempre possa nos mostrar tudo aquilo que queiram que nos vejamos.
    - Tudo bem seu teimoso – suspiro.
    - Enquanto isso eu vou tentar conseguir uma ajuda.
    - E quem poderia nos ajuda a encontrar uma pessoa em uma cidade gigante como essa?
    - Uma velha amiga...







    Dentro do apartamento onde se encontrava o corpo do     velho David os peritos começavam a checar o locam após a saída de Adrian, enquanto faziam ficavam resmungando sobre o fato de Robert ter chamado o detetive para ver o caso, era como se seu chefe não confiasse no trabalho deles diziam o mais nervoso.
    O policial sem se importa olhava pela janela os carros dos peritos – Logo isso vai sair na mídia – seria impossível alguém do calibre de David morrer e isso passar despercebido, mesmo que fosse de causas naturais, depois da visita do amigo ao local Robert não conseguia deixar de pensar nas hipóteses que o detetive havia lhe falado, enquanto olhava o símbolo pintado na parede lembranças ruins vem a sua mente, lembranças essas que ele queria nunca mais ter a infelicidade de passar novamente, mesmo assim ele sabia que naquele local havia alguma coisa extremamente errada, assim como seu amigo ele tinha faro para coisas sem explicação ou que pareciam fáceis demais:
    - Terminamos chefe – Diz um dos peritos.
    - Tudo bem chamem os responsáveis para retirar o corpo e fazer a autopsia, também quero policiais em todo perímetro procurando pela garota, vamos voltar ao departamento e ver se temos alguma novidade – passava as ordens Robert.
    - Não entendo chefe, como você deixa um cara daquele tipo vir aqui mexer em tudo e ainda por cima o louco diz que foram demônios ou coisa do tipo que poderiam ter matado o velho – Desdém.
    - Apenas façam o que tem de fazer, deixem o resto comigo – o olhar do policial era de pura seriedade – queria muito que isso fosse apenas um mal entendido, queria eu – cochicha para si mesmo Robert.

 


  

Capitulo 5

Lilian

3 horas antes do assassinato de David


    O velho subúrbio, afastado do centro como se algum tipo de doença contagiosa pairasse pelo local, muitos evitavam se quer passar próximo do local por conta de suas histórias, provavelmente quem se atrevesse a entrar no labirinto de albergues mal acabados com becos escuros teria no mínimo uma experiência desagradável, seus pertences roubados talvez no melhor dos casos, uma divisão injusta imposta pela alta classe.
    No meio de toda a paisagem decadente um carro esporte de cor preta se destaca, seja lá quem estivesse ali não pertencia a aquele lugar, estacionando de frente para um prédio tão desfavorecido quanto os outros ao redor, aporta se abre lentamente, um pé calçado de um salto alto com unhas pintadas de vermelho se firma no chão, logo toda uma linda mulher toma forma, com um vestido preto na altura dos joelhos acompanhado de um lindo colar de ouro com uma preciosa pedra verde encoberto por volumoso cabelo loiro, seus óculos escuro escondem um lindo olhar da cor do céu, olhando para cima ela tenta reconhecer se aquele realmente era o lugar indicado, tudo dizia que sim, algumas crianças passam correndo pelas calçadas quebradiças e sujas – O que ele estava pensando – se pergunta a linda moça de rosto rosado e pele branca.
    Essa era Lilian Karlingam dezenove anos, ingressara a pouco na faculdade de medicina, queria ser conhecida e respeitada como seu, o famoso pesquisador e doutor David Karlingam, apesar da fama do pai ela não queria ser vista como a filha do grande doutor, desde cedo se dedicara aos estudos afim de com seus próprios méritos entrar para a melhor faculdade, seus amigos a viam como menina prodígio, melhores notas na escola, tudo que uma Karlingam teria de ter no mínimo, apesar de tudo amava o pai, aquele que sempre a encheu de amor e carinho, apesar do trabalho que lhe exigia muito ele sempre estava disposto a dividir um pouco do seu tempo com sua querida filha, e por essa mesma razão que ela estava ali, recebendo um telefonema às pressas de seu pai ele pediu para que lhe encontrasse naquele endereço, um prédio em ruinas, isso era de certa forma muito estranho, mas já havia algum tempo que seu pai se comportava de maneira estranha, evitando sair muito em público como no costumeiros passeios aos finais de semana, estava recluso, afinal de contas eram somente ela e o pai, sua mãe havia morrido de uma terrível doença a dez anos atrás, a falta era grande porem tão grande era o amor do seu pai para tentar suprir a ausência da mãe.
    Subindo os degraus barulhentos do velho prédio ela finalmente chega ao apartamento indicado, três batidas eram o que haviam combinado, uma situação estranha no final das contas, abrindo apenas uma fresta da porta lá estava o rosto do seu velho pai, os cabelos grisalhos espichados mostravam claramente que ele não estava bem, ao fechar a porta novamente e tirar o trinco logo o doutor faz um gesto para que a garota entre o mais rápido possível:
    - Você viu se alguém te seguiu?
    - Não pai mas o que ... – o doutor a puxa para dentro antes que ela pudesse falar mais alguma coisa e fecha a porta rapidamente.
    - Pai o que está acontecendo, a sua cara não está nada boa, e por que pediu para eu vir até aqui?
    David vai rapidamente até a sua mesa, rasga uma folha de seu fichário a dobra e a coloca dentro de um livro que estava ao lado:
    - Não temos muito tempo filha – ele lhe entrega uma carta – pegue e abra somente quando estiver fora daqui tenho certeza que logo estarão aqui,
    - Pai desse jeito o senhor está me assustando o que está acontecendo? – ao tirar os óculos era possível ver que os olhos de Lilian estivam avermelhados.
    - Querida quanto menos você souber por agora melhor, seu pai fez uma coisa incrível, revolucionaria, mas a pessoas nesse mundo que não querem que isso seja descoberto e irão vir atrás de mim a qualquer momento, preciso que leve isso mas só abra quando estiver longe daqui – sua mão continua estendida.
    A mulher pega o que parece ser um envelope improvisado e coloca dentro do vestido:
    - Pai estão te ameaçando, tentando fazer algo contra o senhor temos de ir a polícia agora mesmo – lagrimas caem de seu rosto enquanto ela corre para abraçar o seu pai, abraço apertado daqueles de uma grande despedida.
    - Eu vou ficar bem filha, não a mais lugar seguro para mim, muito menos a própria polícia poderia me ajudar contra o que está para vir.
    Os dois ficam por um momento quietos ali aproveitando o que seria o último abraço de pai e filha:
    - Agora você precisa ir minha filha, e de maneira alguma atenda o telefone, após ler a carta você saberá o que tem de fazer.
    David empurra a filha em direção a porta:
    - Você precisa ir agora, eu te amo filha tenha cuidado! – ele a coloca para fora do velho apartamento, ao fechar a porta rapidamente Lilian vê uma lagrima que cai do rosto do seu pai, desespero.
    Ao colocar o trinco novamente na porta o silencio toma conta do lugar, ela bate incessantemente na porta – Pai, pai, pai! – sem respostas, apesar do barulho a vizinhança estava acostumada aos mais diversos barracos e intrigas que predominavam o lugar algo rotineiro, alguma briga de um casal bêbado outra vez, algum inquilino que atrasou o aluguel, nada fora do normal.
    Apesar do salto alto ela desce as escadas rapidamente e vai em direção ao seu carro, pegando o celular que estava no porta-malas ela tenta ligar desesperadamente para o pai enquanto olha a janela do edifício, uma, duas, três vezes e nenhuma resposta, ela continua fitando a janela, um rosto recoberto em lagrimas aparece, na sua mão o celular que toca incessantemente, colocando a mão para fora ele solta o aparelho de sua mão que despenca e se parte em diversos pedaços ao encontrar o solo, Lilian esta confusa, havia seu pai pirado de vez, aquilo não poderia ser possível, estava falando de David Karlingam, tinha algo extremamente errado em tudo aquilo, sem outra opção ela entra em seu luxuoso carro e sai em disparada na direção do centro, tinha de chegar a delegacia ou algum posto policial próximo, tinha de tentar ajudar o pai, antes de que fosse tarde demais.
    A toda velocidade a mulher cruza as ruas do velho subúrbio e sai em direção a parte central da cidade, o sol começava a ganhar mais força, o dia ganhava sua forma mais calorosa possível, as lagrimas caiam do rosto da pobre mulher, enquanto todos os momentos que passavam juntos, todas as horas de diversão circulavam em volta da sua mente como se fosse um amontoado de vozes, havia perdido a mãe não sabia se conseguiria suportar mais uma perda tão grande, uma sombra aparece a sua frente, freada brusca, uma pequena colisão faz sua cabeça bater no volante a deixando meia tonta – O que diabos é isso.
    Lentamente Lilian se recupera da sua tontura, tenta ligar o carro novamente, sem sucesso, após mais algumas tentativas ela sai para fora do inútil esportivo, estava em um lugar intermediário entra o velho subúrbio e o centro, um pouco distante mas que facilmente seria possível chegar a pé, o problema era o tempo, isso levaria tempo coisa tão preciosa quanto sua corrente dourada que reluzia a luz do sol, verificando o capo do carro uma cena bizarra lhe assusta, o carro em si não tem um arranhão na parte do para-choque, a não ser pelo se capo, um buraco, mas como aquilo seria possível se perguntava, abrindo ele Lilian percebe por que o carro não dava mais partida, e provavelmente nunca mais daria, o motor havia sido afundando completamente para a parte de baixo do carro, impossível, não havia tempo raciocinar como aquilo teria acontecido, tinha de correr afinal seu pai estava em perigo, ela olha para o celular, pensar em fazer uma ligação mas desiste – Nada de ligações – seu pai a advertira, apesar da vontade de ligar para algum amigo pedindo socorro, tentar conseguir algum auxílio, de todas as formas se ficasse ali parada não iria conseguir resolver nada, iria arriscar apenas uma ligação rápida, ao virar-se para pegar o celular um susto, Lilian não estava mais sozinha.
    Logo atrás do seu já inútil carro preto uma figura peculiar a observa, bem trajado com um conjunto composto de um terno e uma calça social preta sua gravata era da mesma cor, seu corpo aparentava ser extremamente musculoso, era como se sua camiseta fosse rasgar a qualquer momento, beirando um pouco mais de dois metros de altura seu cabelo parecia ter sido envolto em gel e penteado bruscamente para trás, seus olhos não podiam ser vistos, seus óculos o impediam de tal, porem em sua face estava nítida que não era uma pessoa de muitos amigos.
    Lilian fica imóvel, a rua estava totalmente deserta de onde aquele homem poderia ter vindo e com um aspecto tão estranho, a pele branca do indivíduo transpirava incessantemente, a garota dava pequenos passo para trás enquanto o homem monstruoso dava a volta pelo outro lado da pista, a passos lentos ele a encarava como se tivesse procurando algo em seu corpo – Se afaste de mim – eram as únicas palavras que ela conseguia dizer em meio a todo o nervosismo, seria esse que seu pai tanto falava.
    Chegando lado a lado com o carro da moça o homem faz um gesto como se estivesse estralando o pescoço, depois bruscamente soca o vidro do carro fazendo pequenos estilhaços se espalharem pelo chão, com a mão apoiada na porta do carro ele a puxa como se essa fosse feita de papel a arremessando para longe, o coração de Lilian dispara, que tipo de ser humano seria capaz de fazer uma coisa daquelas, se abaixando ele vasculha o carro, agora realmente a sua dúvida se tornava certeza, ele estava atrás de alguma coisa que ela tinha, a carta talvez, tateando seu corpo ele ainda sente que o papel está lá, sem tempo para melhores planos a jovem sai em disparada na direção da cidade, ao ver a fuga da garota o forte homem começa a andar tranquilamente em sua direção, mais alguns passos, um estalo, o salto de Lilian se quebra a fazendo tropeçar e cair com tudo no chão, se virando rapidamente com muita dor no corpo ela começa a se arrastar para trás enquanto ela encara seu perseguidor que com certa dificuldade dá um sorrido de canto os paços são decididos, não havia como correr.
    Um motor, barulho alto, vindo de uma maneira desgarrada uma enorme carreta cruza a estrada pegando a contramão para não bater em cheio no carro imóvel a sua frente, a buzina é ensurdecedora, sem tempo para correr o homem de terno preto só tem alguns segundos para virar o pescoço enquanto a carreta o acerta em cheio, Lilian fecha os olhos apavorada.
    O barulho da incomoda buzina se distancia aos poucos até o silencio tomar conta do lugar novamente, foi por pouco, se não estivesse na outra faixa da pista teria sido atropelada com certeza, recobrando os sentidos ela finalmente se dá conta de que o corpo do estranho homem não estava em nenhum lugar, sem rastros de sangue, com que tipo de coisa seu pai estava lidando, agora entendia o porquê de tanta aflição, tirando o outro salto e se levantando lentamente, corpo dolorido, colocando a mão no vestido a carta ainda está lá, agora caminhando pela estrada quente com os pés descalços Lilian deixa as lagrimas correr, se sentia impotente, fraca, não conseguiria pedir socorro para chamar o pai, apesar de o celular estar no carro ela sentia medo de voltar ao lugar, o centro parecia algo distante, uma caminhada lenta e dolorosa, uma caminhada sem esperanças.




 



David se foi...

    Finalmente após mais de trinta minutos de caminhada Lilian chega ao centro da cidade, abatida cansada nem de longe lembrava a linda moça que havia saído do carro hoje pela manhã, seus cabelos estavam avoaçados e seu vestido agora continha um misto de poeira e manchas pretas, caminhando pela movimentada rua todas a encaravam como uma estranha qualquer, uma louca talvez perdida na imensidão da cidades.
    Pouco a importava tudo isso agora, estava desesperada para salvar seu pai, já se havia passado muito tempo desde de que haviam se falado, o celular havia ficado para trás, sobre sua cabeça sobrevoa um helicóptero preto que lhe faz acordar de seus pensamentos, logo a frente estava a delegacia de polícia, finalmente havia chegado tinha de correr e contar o que estava acontecendo, ainda poderia haver chance, sempre há uma chance, era isso que aprendera com seu pai.
    Um forte aperto no ombro, assustada ela olha para trás, não acredita no que vê, mais homens vestido daquela maneira, apesar de não serem tão estranhos como o que a perseguira na estrada tinha um jeito intimidador, a sua volta haviam pelo menos mais três:
    - Me solte eu vou gritar.
    - Você vem com a gente moça.
    Em um movimento rápido Lilian aplica um bom chute nas bolas do rapaz que cai no chão se contorcendo de dor, momento perfeito, hora de correr, passando pela multidão esbarrando nas pessoas sem perceber ela passa por um rapaz que a encara, um jovem de bom porte físico e cabelos castanhos, agora na direção contraria a linda mulher só queria fugir dos que lhe perseguiam, estariam eles lhe vigiando desde a estrada, como isso seria possível não havia ninguém lá, nesse instante um calafrio passa por todo o seu corpo, não havia ninguém, nem mesmo o brutamontes, estava cansada iria desmaiar a qualquer momento sentia as vistas ficando turvas, as penas não aguentavam mais, a cada peço sentia que suas pernas pesavam pelo menos uma tonelada, iria despencar no chão a qualquer momento, mais uma vez ela e segurada por uma forte mão, ao virar-se dessa vez não é um dos caras engravatados e esquisitos, e sim um rapaz, com olhos de espanto, olhos de surpresa, o olhar de uma pessoa que estivesse procurando por algo a muito tempo e finalmente havia encontrado:
    - Você está bem?


  



Capitulo 6

O resgate

    Enquanto Samantha termina de passar as informações que continham na foto tirada pelo detetive ele pegava o seu celular e passava por uma série de contatos, ao encontrar aquele que parecia ser o que procurava ele soltava um tímido sorrido no canto da boca, o celular toca algumas vezes, a apreensão de Adrian aumenta até que finalmente uma voz feminina responde do outro lado da linha:
    - Adrian, finalmente resolveu aparecer!
    - Olá Victoria a quanto tempo não – risadas
    - Ah seu desgraçado como você fica todo esse tempo sem dar notícias e age como se nada tivesse acontecido em - a voz parece estar nervosa.
    - Depois de tudo que aconteceu, minha presença só iria lhe fazer recordar todo o terror que passou.
    - Isso é muito egoísta da sua parte não acha Adrian?
    - Me desculpe Victoria, mas preciso de sua ajuda, na verdade um grande favor – O detetive suspira.
    - E ainda vem como senão tivesse acontecido nada – A voz de Victoria tinha um alto tom de ironia- Samantha, ela está bem?
    - Sim está do meu lado – Adrian aponta o celular para a jovem que fala um rápido olá – O problema que temos de encontrar uma garota que pode estar correndo um sério risco de vida, achei que você poderia nos ajudar a encontrar ela de maneira mais rápida.
    Silencio do outro lado da linha:
    - Venha o mais rápido que puder, você sempre envolvido com garotas em perigo não é.
    - Não tenho culpa, elas veem até mim – Risos.
    - Estou fazendo isso pela garota e não por você está me ouvindo.
    - Eu agradeço muito, já estamos a caminho, muito obrigado Victoria – Desliga o celular.
    O detetive se sente aliviado, afinal conseguira mesmo que a meio de broncas a ajuda que precisava:
    - Porque será que ela pegou tanto no seu pé em? – Questiona Samantha.
    - Deve ser porque salvei a vida dela e depois não dei mais notícias – O detetive da nos ombros.
    Dando partida no carro seguindo em direção das industrias Viana essa que era do pai de Victoria flashes vem involuntariamente na cabeça do detetive, aquela experiência horrível que vivera anos atrás agora se tornava cada vez mais viva, mal a pobre garota sabia que ele havia se afastado não só para se dedicar a cuidar de Samantha, mas também para fugir de tudo que lembrasse o terrível acontecimento, covardia por sua parte, era certo que sim porem acima de tudo queria evitar as dolorosas lembranças a jovem Victoria, vê-lo diariamente depois de tudo poderia acabar dificultando a recuperação do trauma, pelo menos era dessa forma que Adrian imaginava as coisas, algumas ligações rápidas com diálogos curtos ainda foram feitas, quando sentia a aproximação voltando o detetive resolvia sumir por mais um longo período, ao ver visualizar o prédio da empresa onde se encontrava a garota esse ficava cada vez maior e mostrando sua imponência a cada metro que se aproximavam, nada havia mudado, tudo estava lá da mesma maneira, mais uma vez as memorias voltam ao tempo em que um pai desesperado pedia ajuda para resgatar sua filha desaparecida.
    Adrian e Samantha passam pela portaria sem dificuldades, já estavam a sua espera, saindo do velho carro e adentrando o prédio o enorme hall continuava tão ou mais movimentando do que da primeira vez que o detetive colocou os pés naquele lugar, seguindo diretamente para o elevador especial que dava acesso exclusivo a sala do presidente da empresa logo já então subindo diretamente para o último andar, e pensar que elevadores lhe causavam uma fobia incontrolável, apesar de tudo a maldita cidade havia lhe trazido alguns benefícios, mas a que preço!
    Saindo do elevador eles seguem pelo grande corredor coberto por um carpete márcio de cor vermelha, logo a frente uma luxuosa porta tinha o nome Victoria estampado indicando que aquele era o lugar:
    - Você está preparado para isso? – questiona Samantha
    - Vou descobrir isso agora.
Batendo algumas vezes na porta ambos escutam uma voz feminina que pede para que entrem.




 





    Os olhos de Lilian fitavam o do jovem rapaz, ela estava fraca, não iria conseguir corre algo além de alguns metros:
    - Me solte, você está com eles! – Gritava a moça tentando se desvencilhar da mão que a segurava com força.
    - De quem está falando? Eu não estou com ninguém, vi você correndo e ..., é uma história bem complicada, alguém está atrás de você?
    Com os olhos quase se fechando, a moça de lindos cabelos loiros não tinha muitas opções a não ser confiar no rapaz que estava a sua frente – Historia complicada – não fazia a menor ideia do que ele estava falando mas sentia algo bom que vinha daquele rapaz e seus olhos demonstravam ternura:
    - Alguns rapazes de terno estão me perseguindo querem me matar, eu juro não estou ficando louca eles estão por toda a parte.
    - Meu nome é Gregory – Diz ele tampando a boca da moça.
    - Não fale mais nada senão você vai chamar a atenção vamos temos de sair daqui o mais rápido possível.
Segurando Lilian pela cintura para ajudá-la a andar eles vão se dispersando em meio à multidão que vive constantemente atrasada e dão pouca importância a tudo que está acontecendo ao seu redor, caminhando para uma área mais isolada do centro Gregory sente algo ruim, como se uma farpa insistisse em lembrar que ela está ali cravada no seu polegar pronto para lhe causar desconforto por um dia inteiro, olhando institivamente ao redor ele não vê nada de estranho, quando se foca novamente para o caminho que estava seguindo a sua frente estava um dos homens que Lilian havia dito, sua aparência era magra mas não menos intimidadora:
    - Ficamos com ela – Diz o homem de terno enquanto caminha em sua direção.
    Sem pensar duas vezes Gregory parte para cima com um soco que o deixa atordoado e rompe seu óculos escuro, logo atrás dele a linda moça está prestes a desmaiar, dando um passo para trás ele segura a garota e rapidamente e a coloca em seus braços, aproveitando a oportunidade o furioso homem de terno preto saca um revolver e aponta para o casal, confuso Gregory entra por um pequeno corredor entre dois prédios seguido pelo som de disparos.
    Nesse momento uma enorme sombra aparece por trás do furioso homem:
    - Precisamos da garota viva seu idiota – sua voz era estranhamente rouca.
    Junto a ele mais homens vestidos de preto correm em direção ao corredor, todos estão atrás jovem Lilian.
    Com a garota já desacordada em seus braços Gregory corre desenfreadamente cortando por diversas ruas e becos, mas a maldita farpa insiste em não sair do seu dedo, junto a isso o som de um helicóptero sobre a sua cabeça o deixa ainda mais preocupado, estariam eles lhe seguindo até pelos ares, precisa encontrar cobertura, logo mais à sua frente um prédio não tão alto era uma ótima escolha, chutando a velha porta de metal rapidamente ele adentra do local e se depara com uma longa escadaria, silencio, subindo os degraus com calma tentando não fazer barulho para chamar a atenção, sua esperança é que os malditos não o tivessem visto entrar no prédio, essa que logo se acaba, arrancando aporta com as próprias mãos a grande sombra de antes se mostra ser um homem extremamente alto e de aspecto fisiculturista, sua pele soa constantemente e seus óculos escuros escondem seu olhar, Lilian conhecia bem aquele que estava na sua frente, mas já sem forças e totalmente entregue nos braços de Gregory ela não iria poder avisar que aquele era o homem que a perseguira na estrada a pouco tempo.
    Sem mais escolhas e agindo de maneira desesperada Gregory começa a subir o enorme vão de escadas, sem saber ao certo o que faria ao chegar ao topo, em seu encalço diversos daqueles homens estranhos e um brutamontes não pareciam querer dar a menor trégua, não sabia onde estava indo apenas pensava em correr, em salvar a vida da mulher que povoava os seus sonhos todas as noites.





 





    Ao entrar na sala Adrian e Samantha se deparam com um gigantesco lugar, repleto de livros, uma enorme televisão pendurada no teto, mais a frente uma fina mesa de mármore mostrava a imponência do lugar, mas o que faz o corpo do detetive parar ela uma mulher de lindos cabelos castanhos com um longo vestido vermelho que olha a cidade por um enorme vidro atrás da grande mesa, lá estava ela, a doce Victoria depois de pelo menos dois anos desde a última vez que se encontraram de verdade, ela continuava linda, um sorriso no rosto do detetive é estampado com facilidade, esse que toma a forma de apreensão e de certa forma medo, ao virar-se o lindo rosto milimetricamente esculpido tem uma feição de raiva eminente, Samantha olha vez para o detetive e logo em seguida para a mulher de vestido vermelho,                      confusa temia algum tipo de briga, algo que no momento não seria nada conveniente.
    Victoria anda em direção de Adrian que não se move um centímetro de onde estava, chegando cada vez mais perto o caminhar se torna uma pequena corrida, silencio, os dois se olham sem dizer uma palavra sequer, alguns segundos se passam e uma lagrima escorre pelo rosto de Victoria:
    - Seu desgraçado porque sumiu por tanto tempo – um forte abraço.
    - Me perdoe, foi o que achei melhor para nós dois- Adrian a abraça forte, Samantha suspira aliviada.
    - Seu idiota nunca mais faça isso de novo – ela olha para o lado fitando Samantha – Como você cresceu, da última vez que te vi era apenas uma criança e veja só – sorriso – E esse velho está dando muito trabalho para você?
    - Eu faço o que posso para deixar ele na linha – Samantha coloca a mão sobre a boca como se o que dissesse fosse um segredo.
    - Eiiii – Contestas o detetive, ambos riem.
    Depois dos ânimos acalmados o detetive explica para Victoria todo o estranho ocorrido dessa manhã, haviam muito mais coisas para colocar em dia mas não seria dessa vez:
    - É claro que vou te ajudar Adrian, devo minha vida a você.
    - Precisamos de uma maneira de no locomovermos rápido pela cidade, qualquer coisa que nos ajude a procurar em larga escala.
    - Eu tenho o que vocês precisam, mas tem uma condição.
    - Sei que vou me arrepender disso mas qual seria essa condição?
    - Eu vou com vocês!
    - Mas de jeito nenhum que loucura é essa, de maneira alguma eu colocaria sua vida em risco de novo! – Adrian fica extremamente sério.
    - Você sabe pilotar um helicóptero? – questiona Victoria
    - Não, mas ...
    - Então eu vou e está decidido – Samantha passa para o lado da mulher decidida.
    - Concordo com ela Adrian, se ela não for como vamos ao menos sair do chão.
    - Mas deve haver algum piloto que possa nos levar...
    - Ou eu ou nada Adrian você decide.
    Suspirando fundo ao detetive só resta aceitar a proposta, celular tocando:
    - Adrian, é o Robert tenho notícias, quando estava voltando para delegacia me informaram que nesse exato momento foi visto um rapaz com uma mulher que bate o perfil da garota que estamos procurando, vamos sair em buscas pela cidade, você pode vir também se quiser.
    - Estou a caminho amigo, vou procurar de uma forma mais abrangente.





 





    Dentro do luxuoso helicóptero o trio sai em direção da delegacia, se o rapaz que estava acompanhando a garota estava nas proximidades com a aeronave seria muito mais fácil de encontrados, minutos preciosos poupados, realmente Victoria pilotava com maestria, algo que surpreendera em cheio o detetive:
    - Vamos voar um pouco mais baixo estamos próximos – Comunicava a pilota.
    - Temos de ficar atentos Samantha eles podem estar em qualquer lugar.
    Sobrevoando o centro de maneira distinta não seria novidade aguçar o olhar dos mais curiosos:
    - Eu vi algo estranho ali – Grita Samantha.
    Ao direcionar o helicóptero na posição que a jovem havia olhado eles veem um homem de aspecto forte carregar uma mulher em seus braços, eram eles, só poderiam ser:
    - Vamos segui-los – o detetive estava ansioso.
    Para a surpresa de ambos, logo atrás do casal fugitivo estavam pelo menos quatro homens vestidos de ternos pretos e um deles se destacava pelo imenso físico:
    - Não podemos perde-los de vista.
    - E não vamos! – Victoria vira bruscamente a aeronave sobrevoando os becos entre dois prédios de tamanho médio.
    - O que ele está fazendo, vai entrar naquele prédio – Samantha suspira.
    - Está tentando se esconder, vamos, vamos, Droga! – Grita o detetive ao ver que os perseguidores do casal adentram ao prédio.
    - E agora?
    - Nos resta esperar que eles subam para a cobertura – Lamenta Victoria.





 
  




    O corpo de Gregory demonstra cansaço após subir a grande quantidade de degraus carregando Lilian em seus braços, estava próximo a cobertura, os estranhos homens estavam chegando cada vez mais perto, respiração ofegante, pernas queimando, provavelmente a adrenalina que não o deixava desistir e parar ali mesmo, finalmente a porta da cobertura estava a vista, mais alguns chutes o vento forte bate contra seu corpo, estava a uma altura considerável, logo atrás estavam eles incansáveis, o grandalhão caminhava a passos lentos enquanto sorria de maneira forçada:
    - Entregue a garota e prometo que eu pessoalmente quebro o seu pescoço e assim você morre sem sentir dor – os passos do grandalhão faziam as estruturas do prédio vibrar, como se tudo fosse vir a baixo a qualquer momento.
    Gregory dava passos vacilantes para trás até chegar no limite do prédio, estava encurralado, como pode ser ingênuo o suficiente para levar a si mesmo e a garota dos seus sonhos para a beira deum precipício, estava tudo perdido afinal, de maneira alguma iria entregar a garota sem lutar, sentia algo ruim vindo da direção oposta, principalmente do grandalhão, não era medo mas como se uma escuridão horrível tomasse conta do seu coração.
    Estando prestes a deitar Lilian no chão e partir em um ataque suicida para cima dos homens que estavam a sua frente um barulho corta o ar, chegando de maneira muito próxima um helicóptero agora está a suas costas – Malditos! – pensa ele, a porta da aeronave se abre:
    - Ei, não perca tempo venha logo – Grita um homem de cabelos grisalhos usando um sobretudo, fazendo um sinal com a mão para que ele se apresse.
    - Vocês também a querem, não vou deixar fazerem mal a ela – Berrava Gregory.
    - Estamos aqui para te ajudar seja rápido rapaz – Agora Samantha gritava – vamos deixe de ser idiota.
    Com a cabeça confusa o rapaz não tinha escolha correndo em direção ao helicóptero ele tenta se aproximar o máximo possível e passa a desacordada Lilian para dentro da aeronave:
    - Vão eu seguro eles!
    - Você não segura nada rapaz trate de vir logo – Adrian o segura pelo ombro.
    Disparos.
    Ricocheteando nas aerasses só resta a Victoria recuar um pouco:
    - Não podemos ficar muito mais tempo Adrian.
    - Eu não vou deixar o rapaz vamos só mais uma vez.
Irritado o grandalhão acaba por dar um soco na cabeça do seu parceiro que disparava contra a aeronave, essa instantaneamente explodindo como se uma bomba que fora instalada diretamente no cérebro do homem avesse sido detonada:
    - Eu já disse a garota tem de estar viva!
    O detetive institivamente tenta tampar os olhos da Samantha para que não presencie a cena:
    - Rápido rapaz rápido...
    O helicóptero se aproxima novamente, sem perder mais tempo Gregory consegue finalmente entrar na aeronave, vendo a situação o grandalhão agora corre e segura em uma das barras de apoio da aeronave, assim impedindo que ela saísse do lugar:
    - Vamos Victoria já podemos ir – Avisa o detetive.
    - Eu estou tentando o máximo que posso – retruca Victoria.
    Ambos os rapazes tentam de toda forma possível chutar o monstro que sequer esboça alguma reação, lentamente ele começa a puxar o helicóptero para trás, sem alternativa Adrian saca a sua Desert Eagle e aponta para o brutamontes:
    - Não me force a fazer isso – Grita ele
    - Atira – Desafia o brutamontes enquanto puxa cada vez mais o helicóptero, a qualquer momento eles iria bater em algum lugar ou possivelmente o motor daria alguma pane, disparos, as balas simplesmente param dentro do terno já praticamente todo rasgado do brutamontes, sobre seus óculos escuros é possível ver seus olhos flamejando como duas luzes vermelhas, mais um disparo, dessa vez diretamente na cabeça, a bala simplesmente ricocheteia sem lhe fazer nenhum dano sequer:
    - O que diabos é você? – pergunta Adrian assustado.
    - Seu pior pesadelo – Responde ele gargalhando alto.
    Os painéis do helicóptero começam a apitar, daqui apouco tempo estaria tudo perdido, mesmo descarregando a arma nenhum efeito surge contra aquele monstro que agarra firmemente a aeronave:
    - Ele não é uma pessoa normal mesmo – Grita Samantha que tira de dentro da sua camisa um colar com um pentagrama e começa a cochichar algo para si mesma.
    - Saia daí Samantha o que está fazendo! – Grita o detetive.
    Ela continua a cochichar sem dar ouvidos ao detetive, olhando fixamente para o monstro a sua frente ela aponta o pentagrama:
    - Caput mortuum imperet tibi Dominus per Adam lotchavah! -  O óculos do homem a sua frente se rompe dando lugar a olhos flamejantes arregalados - Aquila errans, imperet tibi Dominus tetragrammaton per Angelum et leonem! – Soltando barra de apoio da aeronave ele procura inutilmente tampar os ouvidos - Michael, Gabriel, Raphael, Anael! Pluat udor per spiritu Elohimm. Maneat Terra per Adam, Jatchivah. Fiat Jadictum per ignem in virtude Michael, amen!
    - Vai, Vai, Vai – Grita Adrian enquanto Victoria levanta voo novamente.
   Olhando com fúria o gigante ofegante pragueja contra Samantha:
    - Nomine non est in fortitudine erit anima tua – Sua voz era como de trovão, e seu ódio era sentido por todos que estavam a sua volta.
    O detetive a puxa para o canto do helicóptero, todos estão assustados, estava finalmente na hora de partir, porem um calafrio percorria todo o corpo de Adrian, seria possível que os demônios estivessem ali do seu lado o tempo todo debaixo do seu nariz, com os olhos fechados ele aperta fortemente seu sobretudo e larga a arma no chão, o inferno havia voltado, seus pesadelos insistiam em lhe atormentar mais uma vez.


Continua...




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