Olá pessoal, finalmente depois de um bom tempo eu trago para vocês a segunda parte dessa minha nova historia, peço desculpas pelo atraso mas ultimamente as coisas andam bem corridas para mim, mas em fim espero que gostem, não esqueçam de deixar suas sugestões e criticas isso me ajuda bastante.
Caso não tenham visto vocês podem ler a primeira parte clicando no link abaixo.
Boa leitura a todos e até a próxima.
Vocês também podem baixar essa segunda parte em PDF
Capitulo 4
Evidencias
Todos estavam atônitos no velho
apartamento, Robert não conseguia entender porque seu amigo havia dito que o
velho David havia sido assassinato, apesar dos peritos não terem investigado a fundo
o cenário em si o corpo do velho havia passado por uma verificação onde não
havia sido encontrado nenhum tipo de marca ou ferimento, qualquer coisa que
pudesse sustentar a argumentação de Adrian:
- Não acharia isso provável meu amigo o
apartamento estava completamente fechado sem nenhum sinal de arrombamento e por
sinal mesmo que tivessem a chave haveria algum sinal de luta corporal que
deixaria marcas na vítima e o apartamento também está intacto – rebatia Robert
- Não é o que parece amigo temos algumas
fortes evidencias e ainda sinto que mais alguém esteve aqui antes da gente
depois da morte dele – O detetive se dirigia até uma parede onde havia um
grande quadro, seu desenho nada mais era do que um lindo campo verde cercado
por um pequeno lago, ele olha para Samantha e faz um gesto como se indicasse
que ali era o locar:
- Isso ai mesmo – confirma ela.
Adrian tira seu chapéu e começa a dar paços
lentos enquanto vislumbra todo o apartamento.
Foco
O apartamento encontrasse bem empoeirado e isso ajuda bastante para
provar os fatos, primeiro de tudo podemos ver algumas marcas no chão que são
equivalentes aos paços dos seus rapazes, porem perto da prateleira de livros
tem uma marca estranha, veem essa é de um pequeno círculo posso chutar que seja
um salto, uma assistente?
Pouco provável já que para David ter saído de seu centro de pesquisa
dificilmente ele iria querer alguém aqui, contudo se formos a mesa podemos
reparar que a caneta esta sobreposta de uma maneira não muito comum e sua ponta
está com a tinta fresca o que nos faz pensar que ele escreveu algo a pouco
tempo, talvez quando começou a se sentir mal, agora voltamos aqui depois, na
prateleira reparem que em uma serie de livro essa fileira se encontra com
livros mais afastados que os outros, retirando o livro que está com o vão maior
entre o outro, estão vendo, passa o dedo no vão, não tem quase nenhum resquício
de pó aqui, como se o apartamento em si está precisando de uma boa faxina?
Voltando a mesa podemos ver também que os livros postos tem títulos
referentes a um único autor, esses mesmo que se encontram na fileira de cima a
que eu citei, e o que torna tudo mais intrigante é o fato de os autores serem
organizados por fileiras isso prova que quem matou o doutor queria algo em
especifico, abrindo os livros um pedaço de papel é encontrado, aqui está, creio
que seja alguma mensagem dele quando viu que se acercava sua morte, o copo na
mesa indica que ele estava bebendo algo antes de passar mal, quem fez isso
cometeu um erro grave agora sabemos porque não a marcas no corpo dele, ele foi
envenenado, pegando o copo, ao jugar isso nunca poderá ser provado em uma
autopsia, então temos aqui o caso de alguém que envenenou o doutor, e após a
sua morte entrou no apartamento e levou um livro ou ele entregou para alguém de
confiança, de todas as formas uma mulher.
Fim de foco
Como saindo de um transe o detetive observa
os peritos que não parecem acreditar muito nas palavras de Adrian:
- Passamos por muita coisa cara, e você
sabe que isso é perfeitamente possível.
O policial o encarava e acena com a cabeça
positivamente, então estavam lidando com algum tipo de profissional, um
assassino de aluguel ou coisa do tipo da indústria cinematográfica, sabia que
tinha feito bem em chamar seu amigo apesar da suspeita ele sabia que com o
veredito de Adrian ele ganharia muito mais confiança em apresenta sua tese:
- Então Samantha o que olha tanto para o
quadro – pergunta o policial.
- Não é o quadro mas o que está atrás dele
– a jovem caminha vagarosamente em direção ao quadro, chegando próximo ela
passa as mãos na parede gelada do recinto – poderiam tira-lo para mim? – Os
peritos se olham Robert confirma.
Ao tirar o quadro todos ficam
surpreendidos, um símbolo estranho na parede toma forma.
Todos olham para a jovem de olhos verdes em
busca de entender o aquilo poderia ser, frustrados com toda certeza por verem
como uma garota de dezesseis anos conseguira ver algo que até então não haviam
reparado.
Samantha
passa o dedo sobre o desenho:
- É recente, seria o doutor que pediu para
colocarem isso aqui? – ela olha para o detetive.
- Esse símbolo é chamado de Chir Rho, é uma
das maneiras de representar a crucificação de Jesus Cristo a devoção que tem
por ele, esse cristograma é usado antes mesmo da cruz sagrada, ele serve para
dar proteção contra o mal de qualquer forma, uma espécie de selo podemos dizer
ou amuleto.
O
detetive sorri, a garota realmente era muito boa com esse tipo de coisas até
mesmo mais do que ele próprio, não é à toa que ela sabia tanto sobre qualquer
tipo de coisa relacionado ao ocultismo, suas horas de intensa leitura não eram
qualquer tipo de obrigação mas sim um prazer.
- Adrian você realmente acha que ele queria
se defender de espíritos ou algo assim?
- Samantha parecia animada
- É muito difícil ver algum tipo de medico
ou pessoa voltada a ciência tendo algum tipo de crença em alguma religião isso
é bem interessante, mas acredito que seja mais superstição.
- Tem certeza? - a garota aponta para a mão do cadáver.
Na já
esbranquiçada mão direita em seu dedo indicador havia um anel de prata com o
desenho da estrela de Davi, algo que poderia ser considerado normal se não
fosse pelo símbolo encontrado na parede:
- Mais um símbolo de proteção contra o mal
– O detetive vai até a mesa e pega o papel que ele havia tirado do livro e o
desdobra com calma ao olhar tira uma foto fecha-o rapidamente e o deixa no
lugar – vamos precisar disso.
- O que você acha Tio Rob, será que podemos
finalmente estar lidando com algum tipo de força demoníaca depois de tantos
anos?
- Sinceramente espero que não pequena,
odiaria ver aquilo tudo de novo agora do “lado de fora” – o policial respira
fundo.
- Eu sinto que ele deixou algo de
importante ou alguma mensagem alguma coisa para alguém antes de partir –
Novamente Adrian vai até a mesa – estão vendo tem resquícios de duas folhas
arrancadas e só vimos uma aqui, acho que ele deixou da mesma forma que deixou
aqui ele deve ter entregado para alguém.
Robert pega uma pasta de arquivo e dela
tira uma foto e a entrega nas mãos do detetive, Samantha se aproxima para ver
do que se trata:
- Essa é Lilian Karlingam, dezenove anos é
a única filha de David, acreditamos que seja a pessoa que ele seja mais
próximo, o problema é que desde do ocorrido não conseguimos mais contato com
ela, se o que você diz fizer sentido então ela também corre perigo – Alertava o
policial enquanto mostrava o retrato de uma linda jovem de olhos azuis e
cabelos loiros, na foto seu sorriso se destacava em um ambiente que
provavelmente se referia a uma universidade:
- Então esse livro pode ter sido entregue a
essa tal de Lilian? – pergunta Samantha ao detetive
- Eu não sei ao certo dizer, existe sinais
de mais uma folha destacada no fichário do doutor, se ela passou por aqui de
qualquer forma ele deixou um aviso para a garota, precisamos encontro lá se
quisermos respostas.
Adrian tira mais uma foto, agora da
prateleira de livros, apesar do detetive costumeiramente usar um bloco de notas
para anotar fatos relevantes sobre o caso a jovem que adotara o convenceu com o
tempo que novas tecnologias o ajudaria a deixar as coisas mais fáceis e
organizadas, assim depois de muito insistir Adrian resolveu aderir e comprar um
celular um pouco mais descente com alguns apetrechos:
- Acho que temos um objetivo em comum,
encontrar Lilian, apesar da cidade ser enorme eu acho que tem alguém que poderá
nos ajudar nessa tarefa – o detetive guarda o celular.
- Vou colocar meus melhores homens para
investigar o caso e qualquer coisa trocamos informações, te chamei aqui amigo
porque já passamos por muitas coisas juntos e sei que é o melhor nisso conto
com você – Robert aperta firmemente a mão de Adrian na despedida ao sair, uma
troca de olhar que confirma mais uma aliança feita entre os dois amigos de
longa data.
Saindo do velho apartamento o detetive
ficava remoendo as coisas que havia visto e como aquilo poderia se encaixar de
alguma forma, o porquê de um renomado doutor ter se enfiado em um buraco como
aqueles e além de tudo usar diversos símbolos de proteção contra maus espíritos
ou coisas do tipo, estariam novamente mexendo com um lado obscuro e maligno,
seu coração teimava em lhe dizer que não mas sua mente sabia que tudo era
possível.
Agora já dentro do carro ele dá uma
revisada nas fotos que tirou o papel deixado dentro do livro seria um caso à
parte:
- Samantha pesquise para mim todas as obras
de Johannes Sobotta.
- Pelo que estou vendo são quatro livros
veja.
Os dois vão comparando as obras de acordo
com a foto porem todas estavam lá, fazendo isso com mais alguns autores eles
veem que tudo está perfeitamente no lugar:
- Acho que simplesmente a fileira estava
com espaço sobrando – deduz a garota de olhos verdes.
- Eu custo a acreditar nisso, foi mais alguém
no apartamento talvez tivesse algo além de um livro, é incrível como a pessoa
foi diretamente naquele lugar, muito suspeito para ser mais exato.
- Podemos voltar lá e analisar melhor a o
lugar.
- Acredito que mesmo que revirássemos
aquilo de cabeça para baixo acharíamos mais alguma coisa, quem fez isso com
David é um profissional tivemos sorte de achar algumas coisas ainda.
- Então para onde vamos agora Adrian?
- Temos de achar Lilian ela deve ter alguma
peça fundamental nisso tudo, vou te mandar uma foto que tirei, quero que
escreva tudo o que está na foto em um papel a parte.
- Você sempre pessimista quanto a
tecnologia em – risada.
- Acredito que uma foto de um celular nem
sempre possa nos mostrar tudo aquilo que queiram que nos vejamos.
- Tudo bem seu teimoso – suspiro.
- Enquanto isso eu vou tentar conseguir uma
ajuda.
- E quem poderia nos ajuda a encontrar uma
pessoa em uma cidade gigante como essa?
- Uma velha amiga...
Dentro do apartamento onde se encontrava o
corpo do velho David os peritos
começavam a checar o locam após a saída de Adrian, enquanto faziam ficavam
resmungando sobre o fato de Robert ter chamado o detetive para ver o caso, era
como se seu chefe não confiasse no trabalho deles diziam o mais nervoso.
O policial sem se importa olhava pela
janela os carros dos peritos – Logo isso vai sair na mídia – seria impossível
alguém do calibre de David morrer e isso passar despercebido, mesmo que fosse
de causas naturais, depois da visita do amigo ao local Robert não conseguia
deixar de pensar nas hipóteses que o detetive havia lhe falado, enquanto olhava
o símbolo pintado na parede lembranças ruins vem a sua mente, lembranças essas
que ele queria nunca mais ter a infelicidade de passar novamente, mesmo assim
ele sabia que naquele local havia alguma coisa extremamente errada, assim como
seu amigo ele tinha faro para coisas sem explicação ou que pareciam fáceis
demais:
- Terminamos chefe – Diz um dos peritos.
- Tudo bem chamem os responsáveis para
retirar o corpo e fazer a autopsia, também quero policiais em todo perímetro
procurando pela garota, vamos voltar ao departamento e ver se temos alguma
novidade – passava as ordens Robert.
- Não entendo chefe, como você deixa um
cara daquele tipo vir aqui mexer em tudo e ainda por cima o louco diz que foram
demônios ou coisa do tipo que poderiam ter matado o velho – Desdém.
- Apenas façam o que tem de fazer, deixem o
resto comigo – o olhar do policial era de pura seriedade – queria muito que
isso fosse apenas um mal entendido, queria eu – cochicha para si mesmo Robert.
Capitulo 5
Lilian
3 horas
antes do assassinato de David
O velho subúrbio, afastado do centro como
se algum tipo de doença contagiosa pairasse pelo local, muitos evitavam se quer
passar próximo do local por conta de suas histórias, provavelmente quem se
atrevesse a entrar no labirinto de albergues mal acabados com becos escuros
teria no mínimo uma experiência desagradável, seus pertences roubados talvez no
melhor dos casos, uma divisão injusta imposta pela alta classe.
No meio de toda a paisagem decadente um
carro esporte de cor preta se destaca, seja lá quem estivesse ali não pertencia
a aquele lugar, estacionando de frente para um prédio tão desfavorecido quanto
os outros ao redor, aporta se abre lentamente, um pé calçado de um salto alto
com unhas pintadas de vermelho se firma no chão, logo toda uma linda mulher
toma forma, com um vestido preto na altura dos joelhos acompanhado de um lindo
colar de ouro com uma preciosa pedra verde encoberto por volumoso cabelo loiro,
seus óculos escuro escondem um lindo olhar da cor do céu, olhando para cima ela
tenta reconhecer se aquele realmente era o lugar indicado, tudo dizia que sim,
algumas crianças passam correndo pelas calçadas quebradiças e sujas – O que ele
estava pensando – se pergunta a linda moça de rosto rosado e pele branca.
Essa era Lilian Karlingam dezenove anos,
ingressara a pouco na faculdade de medicina, queria ser conhecida e respeitada
como seu, o famoso pesquisador e doutor David Karlingam, apesar da fama do pai
ela não queria ser vista como a filha do grande doutor, desde cedo se dedicara
aos estudos afim de com seus próprios méritos entrar para a melhor faculdade,
seus amigos a viam como menina prodígio, melhores notas na escola, tudo que uma
Karlingam teria de ter no mínimo, apesar de tudo amava o pai, aquele que sempre
a encheu de amor e carinho, apesar do trabalho que lhe exigia muito ele sempre
estava disposto a dividir um pouco do seu tempo com sua querida filha, e por
essa mesma razão que ela estava ali, recebendo um telefonema às pressas de seu
pai ele pediu para que lhe encontrasse naquele endereço, um prédio em ruinas,
isso era de certa forma muito estranho, mas já havia algum tempo que seu pai se
comportava de maneira estranha, evitando sair muito em público como no
costumeiros passeios aos finais de semana, estava recluso, afinal de contas
eram somente ela e o pai, sua mãe havia morrido de uma terrível doença a dez
anos atrás, a falta era grande porem tão grande era o amor do seu pai para
tentar suprir a ausência da mãe.
Subindo os degraus barulhentos do velho
prédio ela finalmente chega ao apartamento indicado, três batidas eram o que
haviam combinado, uma situação estranha no final das contas, abrindo apenas uma
fresta da porta lá estava o rosto do seu velho pai, os cabelos grisalhos
espichados mostravam claramente que ele não estava bem, ao fechar a porta
novamente e tirar o trinco logo o doutor faz um gesto para que a garota entre o
mais rápido possível:
- Você viu se alguém te seguiu?
- Não pai mas o que ... – o doutor a puxa
para dentro antes que ela pudesse falar mais alguma coisa e fecha a porta
rapidamente.
- Pai o que está acontecendo, a sua cara
não está nada boa, e por que pediu para eu vir até aqui?
David vai rapidamente até a sua mesa, rasga
uma folha de seu fichário a dobra e a coloca dentro de um livro que estava ao
lado:
- Não temos muito tempo filha – ele lhe
entrega uma carta – pegue e abra somente quando estiver fora daqui tenho
certeza que logo estarão aqui,
- Pai desse jeito o senhor está me
assustando o que está acontecendo? – ao tirar os óculos era possível ver que os
olhos de Lilian estivam avermelhados.
- Querida quanto menos você souber por
agora melhor, seu pai fez uma coisa incrível, revolucionaria, mas a pessoas
nesse mundo que não querem que isso seja descoberto e irão vir atrás de mim a
qualquer momento, preciso que leve isso mas só abra quando estiver longe daqui
– sua mão continua estendida.
A mulher pega o que parece ser um envelope
improvisado e coloca dentro do vestido:
- Pai estão te ameaçando, tentando fazer
algo contra o senhor temos de ir a polícia agora mesmo – lagrimas caem de seu
rosto enquanto ela corre para abraçar o seu pai, abraço apertado daqueles de
uma grande despedida.
- Eu vou ficar bem filha, não a mais lugar
seguro para mim, muito menos a própria polícia poderia me ajudar contra o que
está para vir.
Os dois ficam por um momento quietos ali
aproveitando o que seria o último abraço de pai e filha:
- Agora você precisa ir minha filha, e de
maneira alguma atenda o telefone, após ler a carta você saberá o que tem de
fazer.
David empurra a filha em direção a porta:
- Você precisa ir agora, eu te amo filha
tenha cuidado! – ele a coloca para fora do velho apartamento, ao fechar a porta
rapidamente Lilian vê uma lagrima que cai do rosto do seu pai, desespero.
Ao colocar o trinco novamente na porta o
silencio toma conta do lugar, ela bate incessantemente na porta – Pai, pai,
pai! – sem respostas, apesar do barulho a vizinhança estava acostumada aos mais
diversos barracos e intrigas que predominavam o lugar algo rotineiro, alguma
briga de um casal bêbado outra vez, algum inquilino que atrasou o aluguel, nada
fora do normal.
Apesar do salto alto ela desce as escadas
rapidamente e vai em direção ao seu carro, pegando o celular que estava no
porta-malas ela tenta ligar desesperadamente para o pai enquanto olha a janela
do edifício, uma, duas, três vezes e nenhuma resposta, ela continua fitando a
janela, um rosto recoberto em lagrimas aparece, na sua mão o celular que toca
incessantemente, colocando a mão para fora ele solta o aparelho de sua mão que
despenca e se parte em diversos pedaços ao encontrar o solo, Lilian esta
confusa, havia seu pai pirado de vez, aquilo não poderia ser possível, estava
falando de David Karlingam, tinha algo extremamente errado em tudo aquilo, sem
outra opção ela entra em seu luxuoso carro e sai em disparada na direção do
centro, tinha de chegar a delegacia ou algum posto policial próximo, tinha de
tentar ajudar o pai, antes de que fosse tarde demais.
A toda velocidade a mulher cruza as ruas do
velho subúrbio e sai em direção a parte central da cidade, o sol começava a
ganhar mais força, o dia ganhava sua forma mais calorosa possível, as lagrimas
caiam do rosto da pobre mulher, enquanto todos os momentos que passavam juntos,
todas as horas de diversão circulavam em volta da sua mente como se fosse um
amontoado de vozes, havia perdido a mãe não sabia se conseguiria suportar mais
uma perda tão grande, uma sombra aparece a sua frente, freada brusca, uma
pequena colisão faz sua cabeça bater no volante a deixando meia tonta – O que
diabos é isso.
Lentamente Lilian se recupera da sua
tontura, tenta ligar o carro novamente, sem sucesso, após mais algumas
tentativas ela sai para fora do inútil esportivo, estava em um lugar
intermediário entra o velho subúrbio e o centro, um pouco distante mas que
facilmente seria possível chegar a pé, o problema era o tempo, isso levaria
tempo coisa tão preciosa quanto sua corrente dourada que reluzia a luz do sol,
verificando o capo do carro uma cena bizarra lhe assusta, o carro em si não tem
um arranhão na parte do para-choque, a não ser pelo se capo, um buraco, mas
como aquilo seria possível se perguntava, abrindo ele Lilian percebe por que o
carro não dava mais partida, e provavelmente nunca mais daria, o motor havia
sido afundando completamente para a parte de baixo do carro, impossível, não
havia tempo raciocinar como aquilo teria acontecido, tinha de correr afinal seu
pai estava em perigo, ela olha para o celular, pensar em fazer uma ligação mas
desiste – Nada de ligações – seu pai a advertira, apesar da vontade de ligar
para algum amigo pedindo socorro, tentar conseguir algum auxílio, de todas as
formas se ficasse ali parada não iria conseguir resolver nada, iria arriscar
apenas uma ligação rápida, ao virar-se para pegar o celular um susto, Lilian
não estava mais sozinha.
Logo atrás do seu já inútil carro preto uma
figura peculiar a observa, bem trajado com um conjunto composto de um terno e
uma calça social preta sua gravata era da mesma cor, seu corpo aparentava ser
extremamente musculoso, era como se sua camiseta fosse rasgar a qualquer
momento, beirando um pouco mais de dois metros de altura seu cabelo parecia ter
sido envolto em gel e penteado bruscamente para trás, seus olhos não podiam ser
vistos, seus óculos o impediam de tal, porem em sua face estava nítida que não
era uma pessoa de muitos amigos.
Lilian fica imóvel, a rua estava totalmente
deserta de onde aquele homem poderia ter vindo e com um aspecto tão estranho, a
pele branca do indivíduo transpirava incessantemente, a garota dava pequenos
passo para trás enquanto o homem monstruoso dava a volta pelo outro lado da
pista, a passos lentos ele a encarava como se tivesse procurando algo em seu
corpo – Se afaste de mim – eram as únicas palavras que ela conseguia dizer em
meio a todo o nervosismo, seria esse que seu pai tanto falava.
Chegando lado a lado com o carro da moça o
homem faz um gesto como se estivesse estralando o pescoço, depois bruscamente
soca o vidro do carro fazendo pequenos estilhaços se espalharem pelo chão, com
a mão apoiada na porta do carro ele a puxa como se essa fosse feita de papel a
arremessando para longe, o coração de Lilian dispara, que tipo de ser humano
seria capaz de fazer uma coisa daquelas, se abaixando ele vasculha o carro,
agora realmente a sua dúvida se tornava certeza, ele estava atrás de alguma
coisa que ela tinha, a carta talvez, tateando seu corpo ele ainda sente que o
papel está lá, sem tempo para melhores planos a jovem sai em disparada na
direção da cidade, ao ver a fuga da garota o forte homem começa a andar
tranquilamente em sua direção, mais alguns passos, um estalo, o salto de Lilian
se quebra a fazendo tropeçar e cair com tudo no chão, se virando rapidamente
com muita dor no corpo ela começa a se arrastar para trás enquanto ela encara
seu perseguidor que com certa dificuldade dá um sorrido de canto os paços são
decididos, não havia como correr.
Um motor, barulho alto, vindo de uma
maneira desgarrada uma enorme carreta cruza a estrada pegando a contramão para
não bater em cheio no carro imóvel a sua frente, a buzina é ensurdecedora, sem
tempo para correr o homem de terno preto só tem alguns segundos para virar o
pescoço enquanto a carreta o acerta em cheio, Lilian fecha os olhos apavorada.
O barulho da incomoda buzina se distancia
aos poucos até o silencio tomar conta do lugar novamente, foi por pouco, se não
estivesse na outra faixa da pista teria sido atropelada com certeza, recobrando
os sentidos ela finalmente se dá conta de que o corpo do estranho homem não estava
em nenhum lugar, sem rastros de sangue, com que tipo de coisa seu pai estava
lidando, agora entendia o porquê de tanta aflição, tirando o outro salto e se
levantando lentamente, corpo dolorido, colocando a mão no vestido a carta ainda
está lá, agora caminhando pela estrada quente com os pés descalços Lilian deixa
as lagrimas correr, se sentia impotente, fraca, não conseguiria pedir socorro
para chamar o pai, apesar de o celular estar no carro ela sentia medo de voltar
ao lugar, o centro parecia algo distante, uma caminhada lenta e dolorosa, uma
caminhada sem esperanças.
David se foi...
Finalmente após mais de trinta minutos de
caminhada Lilian chega ao centro da cidade, abatida cansada nem de longe
lembrava a linda moça que havia saído do carro hoje pela manhã, seus cabelos
estavam avoaçados e seu vestido agora continha um misto de poeira e manchas
pretas, caminhando pela movimentada rua todas a encaravam como uma estranha
qualquer, uma louca talvez perdida na imensidão da cidades.
Pouco a importava tudo isso agora, estava
desesperada para salvar seu pai, já se havia passado muito tempo desde de que
haviam se falado, o celular havia ficado para trás, sobre sua cabeça sobrevoa
um helicóptero preto que lhe faz acordar de seus pensamentos, logo a frente
estava a delegacia de polícia, finalmente havia chegado tinha de correr e
contar o que estava acontecendo, ainda poderia haver chance, sempre há uma
chance, era isso que aprendera com seu pai.
Um forte aperto no ombro, assustada ela
olha para trás, não acredita no que vê, mais homens vestido daquela maneira,
apesar de não serem tão estranhos como o que a perseguira na estrada tinha um
jeito intimidador, a sua volta haviam pelo menos mais três:
- Me solte eu vou gritar.
- Você vem com a gente moça.
Em um movimento rápido Lilian aplica um bom
chute nas bolas do rapaz que cai no chão se contorcendo de dor, momento
perfeito, hora de correr, passando pela multidão esbarrando nas pessoas sem
perceber ela passa por um rapaz que a encara, um jovem de bom porte físico e
cabelos castanhos, agora na direção contraria a linda mulher só queria fugir
dos que lhe perseguiam, estariam eles lhe vigiando desde a estrada, como isso
seria possível não havia ninguém lá, nesse instante um calafrio passa por todo
o seu corpo, não havia ninguém, nem mesmo o brutamontes, estava cansada iria
desmaiar a qualquer momento sentia as vistas ficando turvas, as penas não
aguentavam mais, a cada peço sentia que suas pernas pesavam pelo menos uma
tonelada, iria despencar no chão a qualquer momento, mais uma vez ela e
segurada por uma forte mão, ao virar-se dessa vez não é um dos caras
engravatados e esquisitos, e sim um rapaz, com olhos de espanto, olhos de
surpresa, o olhar de uma pessoa que estivesse procurando por algo a muito tempo
e finalmente havia encontrado:
- Você está bem?
Capitulo 6
O resgate
Enquanto Samantha termina de passar as
informações que continham na foto tirada pelo detetive ele pegava o seu celular
e passava por uma série de contatos, ao encontrar aquele que parecia ser o que
procurava ele soltava um tímido sorrido no canto da boca, o celular toca
algumas vezes, a apreensão de Adrian aumenta até que finalmente uma voz
feminina responde do outro lado da linha:
- Adrian, finalmente resolveu aparecer!
- Olá Victoria a quanto tempo não – risadas
- Ah seu desgraçado como você fica todo
esse tempo sem dar notícias e age como se nada tivesse acontecido em - a voz
parece estar nervosa.
- Depois de tudo que aconteceu, minha
presença só iria lhe fazer recordar todo o terror que passou.
- Isso é muito egoísta da sua parte não
acha Adrian?
- Me desculpe Victoria, mas preciso de sua
ajuda, na verdade um grande favor – O detetive suspira.
- E ainda vem como senão tivesse acontecido
nada – A voz de Victoria tinha um alto tom de ironia- Samantha, ela está bem?
- Sim está do meu lado – Adrian aponta o
celular para a jovem que fala um rápido olá – O problema que temos de encontrar
uma garota que pode estar correndo um sério risco de vida, achei que você
poderia nos ajudar a encontrar ela de maneira mais rápida.
Silencio do outro lado da linha:
- Venha o mais rápido que puder, você
sempre envolvido com garotas em perigo não é.
- Não tenho culpa, elas veem até mim –
Risos.
- Estou fazendo isso pela garota e não por
você está me ouvindo.
- Eu agradeço muito, já estamos a caminho,
muito obrigado Victoria – Desliga o celular.
O detetive se sente aliviado, afinal
conseguira mesmo que a meio de broncas a ajuda que precisava:
- Porque será que ela pegou tanto no seu pé
em? – Questiona Samantha.
- Deve ser porque salvei a vida dela e
depois não dei mais notícias – O detetive da nos ombros.
Dando partida no carro seguindo em direção
das industrias Viana essa que era do pai de Victoria flashes vem
involuntariamente na cabeça do detetive, aquela experiência horrível que vivera
anos atrás agora se tornava cada vez mais viva, mal a pobre garota sabia que
ele havia se afastado não só para se dedicar a cuidar de Samantha, mas também
para fugir de tudo que lembrasse o terrível acontecimento, covardia por sua
parte, era certo que sim porem acima de tudo queria evitar as dolorosas
lembranças a jovem Victoria, vê-lo diariamente depois de tudo poderia acabar
dificultando a recuperação do trauma, pelo menos era dessa forma que Adrian
imaginava as coisas, algumas ligações rápidas com diálogos curtos ainda foram
feitas, quando sentia a aproximação voltando o detetive resolvia sumir por mais
um longo período, ao ver visualizar o prédio da empresa onde se encontrava a
garota esse ficava cada vez maior e mostrando sua imponência a cada metro que
se aproximavam, nada havia mudado, tudo estava lá da mesma maneira, mais uma
vez as memorias voltam ao tempo em que um pai desesperado pedia ajuda para
resgatar sua filha desaparecida.
Adrian e Samantha passam pela portaria sem
dificuldades, já estavam a sua espera, saindo do velho carro e adentrando o
prédio o enorme hall continuava tão ou mais movimentando do que da primeira vez
que o detetive colocou os pés naquele lugar, seguindo diretamente para o
elevador especial que dava acesso exclusivo a sala do presidente da empresa
logo já então subindo diretamente para o último andar, e pensar que elevadores
lhe causavam uma fobia incontrolável, apesar de tudo a maldita cidade havia lhe
trazido alguns benefícios, mas a que preço!
Saindo do elevador eles seguem pelo grande
corredor coberto por um carpete márcio de cor vermelha, logo a frente uma
luxuosa porta tinha o nome Victoria estampado indicando que aquele era o lugar:
- Você está preparado para isso? –
questiona Samantha
- Vou descobrir isso agora.
Batendo
algumas vezes na porta ambos escutam uma voz feminina que pede para que entrem.
Os olhos de Lilian fitavam o do jovem
rapaz, ela estava fraca, não iria conseguir corre algo além de alguns metros:
- Me solte, você está com eles! – Gritava a
moça tentando se desvencilhar da mão que a segurava com força.
- De quem está falando? Eu não estou com
ninguém, vi você correndo e ..., é uma história bem complicada, alguém está
atrás de você?
Com os olhos quase se fechando, a moça de
lindos cabelos loiros não tinha muitas opções a não ser confiar no rapaz que
estava a sua frente – Historia complicada – não fazia a menor ideia do que ele
estava falando mas sentia algo bom que vinha daquele rapaz e seus olhos
demonstravam ternura:
- Alguns rapazes de terno estão me
perseguindo querem me matar, eu juro não estou ficando louca eles estão por
toda a parte.
- Meu nome é Gregory – Diz ele tampando a
boca da moça.
- Não fale mais nada senão você vai chamar
a atenção vamos temos de sair daqui o mais rápido possível.
Segurando
Lilian pela cintura para ajudá-la a andar eles vão se dispersando em meio à
multidão que vive constantemente atrasada e dão pouca importância a tudo que
está acontecendo ao seu redor, caminhando para uma área mais isolada do centro
Gregory sente algo ruim, como se uma farpa insistisse em lembrar que ela está
ali cravada no seu polegar pronto para lhe causar desconforto por um dia
inteiro, olhando institivamente ao redor ele não vê nada de estranho, quando se
foca novamente para o caminho que estava seguindo a sua frente estava um dos
homens que Lilian havia dito, sua aparência era magra mas não menos
intimidadora:
- Ficamos com ela – Diz o homem de terno
enquanto caminha em sua direção.
Sem pensar duas vezes Gregory parte para
cima com um soco que o deixa atordoado e rompe seu óculos escuro, logo atrás
dele a linda moça está prestes a desmaiar, dando um passo para trás ele segura
a garota e rapidamente e a coloca em seus braços, aproveitando a oportunidade o
furioso homem de terno preto saca um revolver e aponta para o casal, confuso
Gregory entra por um pequeno corredor entre dois prédios seguido pelo som de
disparos.
Nesse momento uma enorme sombra aparece por
trás do furioso homem:
- Precisamos da garota viva seu idiota –
sua voz era estranhamente rouca.
Junto a ele mais homens vestidos de preto
correm em direção ao corredor, todos estão atrás jovem Lilian.
Com a garota já desacordada em seus braços
Gregory corre desenfreadamente cortando por diversas ruas e becos, mas a
maldita farpa insiste em não sair do seu dedo, junto a isso o som de um helicóptero
sobre a sua cabeça o deixa ainda mais preocupado, estariam eles lhe seguindo
até pelos ares, precisa encontrar cobertura, logo mais à sua frente um prédio
não tão alto era uma ótima escolha, chutando a velha porta de metal rapidamente
ele adentra do local e se depara com uma longa escadaria, silencio, subindo os
degraus com calma tentando não fazer barulho para chamar a atenção, sua
esperança é que os malditos não o tivessem visto entrar no prédio, essa que
logo se acaba, arrancando aporta com as próprias mãos a grande sombra de antes
se mostra ser um homem extremamente alto e de aspecto fisiculturista, sua pele
soa constantemente e seus óculos escuros escondem seu olhar, Lilian conhecia
bem aquele que estava na sua frente, mas já sem forças e totalmente entregue
nos braços de Gregory ela não iria poder avisar que aquele era o homem que a
perseguira na estrada a pouco tempo.
Sem mais escolhas e agindo de maneira
desesperada Gregory começa a subir o enorme vão de escadas, sem saber ao certo
o que faria ao chegar ao topo, em seu encalço diversos daqueles homens
estranhos e um brutamontes não pareciam querer dar a menor trégua, não sabia
onde estava indo apenas pensava em correr, em salvar a vida da mulher que
povoava os seus sonhos todas as noites.
Ao entrar na sala Adrian e Samantha se
deparam com um gigantesco lugar, repleto de livros, uma enorme televisão
pendurada no teto, mais a frente uma fina mesa de mármore mostrava a imponência
do lugar, mas o que faz o corpo do detetive parar ela uma mulher de lindos
cabelos castanhos com um longo vestido vermelho que olha a cidade por um enorme
vidro atrás da grande mesa, lá estava ela, a doce Victoria depois de pelo menos
dois anos desde a última vez que se encontraram de verdade, ela continuava
linda, um sorriso no rosto do detetive é estampado com facilidade, esse que
toma a forma de apreensão e de certa forma medo, ao virar-se o lindo rosto
milimetricamente esculpido tem uma feição de raiva eminente, Samantha olha vez
para o detetive e logo em seguida para a mulher de vestido vermelho, confusa temia algum tipo
de briga, algo que no momento não seria nada conveniente.
Victoria anda em direção de Adrian que não
se move um centímetro de onde estava, chegando cada vez mais perto o caminhar
se torna uma pequena corrida, silencio, os dois se olham sem dizer uma palavra
sequer, alguns segundos se passam e uma lagrima escorre pelo rosto de Victoria:
- Seu desgraçado porque sumiu por tanto
tempo – um forte abraço.
- Me perdoe, foi o que achei melhor para
nós dois- Adrian a abraça forte, Samantha suspira aliviada.
- Seu idiota nunca mais faça isso de novo –
ela olha para o lado fitando Samantha – Como você cresceu, da última vez que te
vi era apenas uma criança e veja só – sorriso – E esse velho está dando muito
trabalho para você?
- Eu faço o que posso para deixar ele na
linha – Samantha coloca a mão sobre a boca como se o que dissesse fosse um
segredo.
- Eiiii – Contestas o detetive, ambos riem.
Depois dos ânimos acalmados o detetive
explica para Victoria todo o estranho ocorrido dessa manhã, haviam muito mais
coisas para colocar em dia mas não seria dessa vez:
- É claro que vou te ajudar Adrian, devo
minha vida a você.
- Precisamos de uma maneira de no
locomovermos rápido pela cidade, qualquer coisa que nos ajude a procurar em
larga escala.
- Eu tenho o que vocês precisam, mas tem
uma condição.
- Sei que vou me arrepender disso mas qual
seria essa condição?
- Eu vou com vocês!
- Mas de jeito nenhum que loucura é essa,
de maneira alguma eu colocaria sua vida em risco de novo! – Adrian fica
extremamente sério.
- Você sabe pilotar um helicóptero? –
questiona Victoria
- Não, mas ...
- Então eu vou e está decidido – Samantha
passa para o lado da mulher decidida.
- Concordo com ela Adrian, se ela não for
como vamos ao menos sair do chão.
- Mas deve haver algum piloto que possa nos
levar...
- Ou eu ou nada Adrian você decide.
Suspirando fundo ao detetive só resta
aceitar a proposta, celular tocando:
- Adrian, é o Robert tenho notícias, quando
estava voltando para delegacia me informaram que nesse exato momento foi visto
um rapaz com uma mulher que bate o perfil da garota que estamos procurando,
vamos sair em buscas pela cidade, você pode vir também se quiser.
- Estou a caminho amigo, vou procurar de
uma forma mais abrangente.
Dentro do luxuoso helicóptero o trio sai em
direção da delegacia, se o rapaz que estava acompanhando a garota estava nas
proximidades com a aeronave seria muito mais fácil de encontrados, minutos
preciosos poupados, realmente Victoria pilotava com maestria, algo que
surpreendera em cheio o detetive:
- Vamos voar um pouco mais baixo estamos
próximos – Comunicava a pilota.
- Temos de ficar atentos Samantha eles
podem estar em qualquer lugar.
Sobrevoando o centro de maneira distinta
não seria novidade aguçar o olhar dos mais curiosos:
- Eu vi algo estranho ali – Grita Samantha.
Ao direcionar o helicóptero na posição que
a jovem havia olhado eles veem um homem de aspecto forte carregar uma mulher em
seus braços, eram eles, só poderiam ser:
- Vamos segui-los – o detetive estava
ansioso.
Para a surpresa de ambos, logo atrás do casal
fugitivo estavam pelo menos quatro homens vestidos de ternos pretos e um deles
se destacava pelo imenso físico:
- Não podemos perde-los de vista.
- E não vamos! – Victoria vira bruscamente
a aeronave sobrevoando os becos entre dois prédios de tamanho médio.
- O que ele está fazendo, vai entrar
naquele prédio – Samantha suspira.
- Está tentando se esconder, vamos, vamos,
Droga! – Grita o detetive ao ver que os perseguidores do casal adentram ao
prédio.
- E agora?
- Nos resta esperar que eles subam para a
cobertura – Lamenta Victoria.
O corpo de Gregory demonstra cansaço após
subir a grande quantidade de degraus carregando Lilian em seus braços, estava
próximo a cobertura, os estranhos homens estavam chegando cada vez mais perto,
respiração ofegante, pernas queimando, provavelmente a adrenalina que não o
deixava desistir e parar ali mesmo, finalmente a porta da cobertura estava a
vista, mais alguns chutes o vento forte bate contra seu corpo, estava a uma altura
considerável, logo atrás estavam eles incansáveis, o grandalhão caminhava a
passos lentos enquanto sorria de maneira forçada:
- Entregue a garota e prometo que eu
pessoalmente quebro o seu pescoço e assim você morre sem sentir dor – os passos
do grandalhão faziam as estruturas do prédio vibrar, como se tudo fosse vir a
baixo a qualquer momento.
Gregory dava passos vacilantes para trás
até chegar no limite do prédio, estava encurralado, como pode ser ingênuo o
suficiente para levar a si mesmo e a garota dos seus sonhos para a beira deum
precipício, estava tudo perdido afinal, de maneira alguma iria entregar a
garota sem lutar, sentia algo ruim vindo da direção oposta, principalmente do
grandalhão, não era medo mas como se uma escuridão horrível tomasse conta do
seu coração.
Estando prestes a deitar Lilian no chão e
partir em um ataque suicida para cima dos homens que estavam a sua frente um
barulho corta o ar, chegando de maneira muito próxima um helicóptero agora está
a suas costas – Malditos! – pensa ele, a porta da aeronave se abre:
- Ei, não perca tempo venha logo – Grita um
homem de cabelos grisalhos usando um sobretudo, fazendo um sinal com a mão para
que ele se apresse.
- Vocês também a querem, não vou deixar
fazerem mal a ela – Berrava Gregory.
- Estamos aqui para te ajudar seja rápido
rapaz – Agora Samantha gritava – vamos deixe de ser idiota.
Com a cabeça confusa o rapaz não tinha
escolha correndo em direção ao helicóptero ele tenta se aproximar o máximo
possível e passa a desacordada Lilian para dentro da aeronave:
- Vão eu seguro eles!
- Você não segura nada rapaz trate de vir
logo – Adrian o segura pelo ombro.
Disparos.
Ricocheteando nas aerasses só resta a
Victoria recuar um pouco:
- Não podemos ficar muito mais tempo Adrian.
- Eu não vou deixar o rapaz vamos só mais
uma vez.
Irritado o
grandalhão acaba por dar um soco na cabeça do seu parceiro que disparava contra
a aeronave, essa instantaneamente explodindo como se uma bomba que fora instalada
diretamente no cérebro do homem avesse sido detonada:
- Eu já disse a garota tem de estar viva!
O detetive institivamente tenta tampar os
olhos da Samantha para que não presencie a cena:
- Rápido rapaz rápido...
O helicóptero se aproxima novamente, sem
perder mais tempo Gregory consegue finalmente entrar na aeronave, vendo a
situação o grandalhão agora corre e segura em uma das barras de apoio da
aeronave, assim impedindo que ela saísse do lugar:
- Vamos Victoria já podemos ir – Avisa o
detetive.
- Eu estou tentando o máximo que posso –
retruca Victoria.
Ambos os rapazes tentam de toda forma
possível chutar o monstro que sequer esboça alguma reação, lentamente ele
começa a puxar o helicóptero para trás, sem alternativa Adrian saca a sua
Desert Eagle e aponta para o brutamontes:
- Não me force a fazer isso – Grita ele
- Atira – Desafia o brutamontes enquanto
puxa cada vez mais o helicóptero, a qualquer momento eles iria bater em algum
lugar ou possivelmente o motor daria alguma pane, disparos, as balas
simplesmente param dentro do terno já praticamente todo rasgado do brutamontes,
sobre seus óculos escuros é possível ver seus olhos flamejando como duas luzes
vermelhas, mais um disparo, dessa vez diretamente na cabeça, a bala
simplesmente ricocheteia sem lhe fazer nenhum dano sequer:
- O que diabos é você? – pergunta Adrian
assustado.
- Seu pior pesadelo – Responde ele
gargalhando alto.
Os painéis do helicóptero começam a apitar,
daqui apouco tempo estaria tudo perdido, mesmo descarregando a arma nenhum
efeito surge contra aquele monstro que agarra firmemente a aeronave:
- Ele não é uma pessoa normal mesmo – Grita
Samantha que tira de dentro da sua camisa um colar com um pentagrama e começa a
cochichar algo para si mesma.
- Saia daí Samantha o que está fazendo! –
Grita o detetive.
Ela continua a cochichar sem dar ouvidos ao
detetive, olhando fixamente para o monstro a sua frente ela aponta o pentagrama:
- Caput mortuum imperet tibi Dominus per
Adam lotchavah! - O óculos do homem a
sua frente se rompe dando lugar a olhos flamejantes arregalados - Aquila
errans, imperet tibi Dominus tetragrammaton per Angelum et leonem! – Soltando
barra de apoio da aeronave ele procura inutilmente tampar os ouvidos - Michael,
Gabriel, Raphael, Anael! Pluat udor per spiritu Elohimm. Maneat Terra per Adam,
Jatchivah. Fiat Jadictum
per ignem in virtude Michael, amen!
- Vai, Vai, Vai – Grita Adrian enquanto
Victoria levanta voo novamente.
Olhando com fúria o gigante ofegante
pragueja contra Samantha:
- Nomine non est in fortitudine erit anima
tua – Sua voz era como de trovão, e seu ódio era sentido por todos que estavam
a sua volta.
O detetive a puxa para o canto do
helicóptero, todos estão assustados, estava finalmente na hora de partir, porem
um calafrio percorria todo o corpo de Adrian, seria possível que os demônios
estivessem ali do seu lado o tempo todo debaixo do seu nariz, com os olhos
fechados ele aperta fortemente seu sobretudo e larga a arma no chão, o inferno
havia voltado, seus pesadelos insistiam em lhe atormentar mais uma vez.
Continua...
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